Sinto-o em vísceras o que me destrói em mente.
Persegue-me em pensamento, agarrado a mim como um odor, entranhado em cada pedaço da minha pele e carne, como uma dor em cada osso…
Sinto-o crescer a cada momento, magoando-me cada vez mais que já me entrego à loucura quando esta me promete apazigua-lo, fechar esse desejo longe de mim fazendo com que me esqueça de ti.

Imaginá-lo é como sentir-te, é como poder agarrar-te sem ter mãos ou saborear-te sem boca nem lábios ou língua.
É como ter-te sem que estejas aqui, ao pé de mim, vejo-te mesmo com os olhos fechados e toco-te sem que a minha pele acaricie a tua.

Foste tu que te me mostraste.
Foste tu que me fizeste querer-te.
Foste tu que me provocaste a dor que agora sinto por estares tão longe (ao mesmo tempo que me embriago em prazer).

Fui eu quem se deixou levar pela tua gentileza, tão agradável que, por si só, me mostrou quão linda és.
Fui eu que me deixei cair pela tua beleza, terna em toda a sua envolvência, quando me colocaste dentro de ti...
Fui eu que, ao sentir-te tão suave, me apercebi que és quem eu quero para mim…

Foi assim que eu soube que se consegue enganar a Morte, solitária e fria, tão sedutora como inimaginável, num gesto tão delicado como possante como é esse de te amar, aqui, contigo em mim.

Sei que sou parvo, que imagino algo que nem em pensamento se alcança mas sei também que o sou por ti, por tua consequência em mim!Feroz, dilaceraste-me com um sorriso… amei-te logo depois…

(still in cizeling...)