terça-feira, junho 20

Eram línguas enroladas...
Foram palavras malditas!...
Foram línguas que enrolaram em palavras mal ditas, fruto da pressa e do desespero em te amar.
Eram imperiosas frases que te faziam chorar, no lugar de outras, travadas em cada mentira frívola... era a pressa que me tinhas para entrar em mim...
Eram submissos subterfúgios numa gaguez estática, algo premeditado nas horas de sono roubado, eram orações que te julgava agradar dentro de tudo o que nada se deixa passar.
Fui um novelo, algo enrolado em emoções e caminhos, fui um enxame de sentimentos e nunca deixaste de ser tão grande como o meu mundo!

quinta-feira, junho 8

Não se pode controlar um sonho!
É aquela gota que cai, fria e certeira, que fura e desfaz rocha sólida.
O sonho é o suplício do não poder viver em pleno, de não poder ser feliz quando se quer e como se quer...
O sonho vem armado com grilhões, aferrolhados à nossa pele, deixa marcas de sangue na mente.
O sonho despe-nos, humilha-nos, faz-nos ter o desejado e querer o incrível, faz-nos sofrer mas levanta-nos, faz-nos viver mas mata-nos...
Foi no sonho que eu te vi, que te toquei e senti pela primeira vez, foi nele que o fiz mas também foi nele que te perdi!...
Foi num sonho que uma vez amei, surdo e cego, mentia para só te ser sincero a ti, matava-me só para me poder viver em ti...
Foi num sonho que te despediste de mim, bateste a porta e deixaste-me fechado lá dentro, sôfrego em lágrimas, desesperado esperei o teu regresso.
Foi nesse sonho que me quiseste, que me tiveste e que me abandonaste...
É num sonho que ainda te recordo. Espero-te sereno, num pesadelo limpo...
Será num sonho que morrerei, feliz, ao teu lado, sem que mais alguma vez te vás, sem que mais alguma vez nos larguemos...

(com ela penso em ti!)